Resumo: O ambiente prisional pode ser uma fonte de isolamento e traumas para muitos indivíduos, e a falta de conexões sociais pode causar problemas de saúde mental. Para muitos presos, a liberdade é apenas uma ideia, e a rotina diária se torna uma prisão psicológica. Nesse contexto, a produção cotidiana de novos modos de cuidar é fundamental para o desenvolvimento da saúde mental.

Este artigo defende que a liberdade não é apenas uma questão física, mas também um estado mental, e que a produção cotidiana de modos diferentes de cuidar pode ajudar os indivíduos a alcançá-la. A criação de espaços e atividades que possam nutrir uma mente saudável é fundamental para quem deseja transitar do cárcere para a liberdade.

A importância da saúde mental em situações de encarceramento é comummente negligenciada nas nossas sociedades, o que pode levar a recaídas e situações de vulnerabilidade. Assim, os sistemas prisionais devem ser mais proativos na oferta de meios de cuidado mental para seus presos, além de incluírem a sociedade civil na construção de programas que ajudem os indivíduos a transitar para uma vida de liberdade com melhores condições.

Para isso, é necessário uma mudança cultural que tenha como premissa que a liberdade não é apenas a vida fora das prisões, mas sim uma condição mental que precisa ser cuidada e alimentada. Isso implica em novas formas de cuidar, que estimulem a conexão com o outro e com a natureza, proporcionando a sensação de pertencimento e de autonomia.

Não se trata de uma tarefa fácil, mas o sucesso dessas mudanças pode ser medido pela diminuição do número de reincidentes, pela diminuição da violência nas prisões e pela melhora da qualidade de vida dos indivíduos que passaram pela experiência do encarceramento.

Conclusão: A produção cotidiana de modos diferentes de cuidar pode ajudar indivíduos em situações de encarceramento a alcançarem um estado mental de liberdade, que não depende exclusivamente da sua condição física. A saúde mental é fundamental para a transição de uma vida encarcerada para uma vida com liberdade. Portanto, os sistemas prisionais devem oferecer meios de cuidado mental para seus presos, enquanto a sociedade civil deve ser incluída na construção de programas que ajudem indivíduos a transitar para uma vida de liberdade com melhores condições.