Desde que eu era criança, sempre fui atraído pelas histórias de vilões. Não me pergunte o porquê - talvez fosse o senso de mistério, ou a ideia de que nada era preto e branco. Mas de todos os vilões que já conheci, um se destacou: o meu malvador favorito.
Eu me lembro da primeira vez que o vi. Era um personagem enigmático, com olhos frios e um sorriso cruel. Seus planos malvados eram incríveis, e sua capacidade de enganar os heróis nunca deixava de me impressionar.
Mesmo assim, não foi até ver a história completa de seu passado que realmente me apaixonei por ele. Sua infância fora difícil, e sua vida adulta foi marcada por traições e decepções. Em vez de se render à dor, porém, ele decidiu abraçar a maldade com todo o coração.
Foi essa determinação que realmente me fez conectar com ele. Eu vi em seus olhos o desejo de ter o controle, de conseguir o que ele queria, independentemente do custo. E enquanto eu via os heróis tentando derrubá-lo - e, muitas vezes, falhando - eu sentia uma estranha sensação de triunfo. Não porque eu queria que ele vencesse, mas porque adorava ver sua inteligência em ação e as artimanhas que ele usava para tentar vencer.
Claro, não estou dizendo que deveríamos admirar os vilões. De jeito nenhum. Mas há algo a ser dito sobre a complexidade dos personagens malvados - sobre suas motivações, medos, sonhos e falhas. E à medida que eu descobria mais e mais sobre o meu personagem de vilão favorito, eu não conseguia deixar de sentir como se, de certa forma, eu estivesse aprendendo mais sobre mim mesmo.
Hoje em dia, eu ainda assisto e leio histórias de vilões. Mas meu malvador favorito sempre será especial para mim. Ele pode ter feito escolhas terríveis, mas, de alguma forma, eu ainda o invejo por sua coragem de abraçar sua escuridão interior completamente. E quem sabe? Talvez - apenas talvez - haja algo de valioso que possamos aprender com ele, afinal de contas.